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12/04/2013

Ó Botucatu!

Essa ferramenta absorvente chamada facebook há semanas me pede que defina em que cidade moro. Já me mandou a pergunta de várias formas: parece haver inteligência por trás dessa tecnologia. Hoje, foi uma espécie de enquete: três possibilidades com a bolinha para clicar em cima da minha escolha. Uma delas é Botucatu.

A minha vida tornou-se uma forma itinerante. Há dias em que, se me perguntam onde vivo, direi que no carro. Na estrada. A caminho de. Indo. Voltando. É claro que minha sagitarianice diverte-se com tudo isso, mas outros aspectos do meu mapa franzem o sobrolho e disparam um tsc tsc tsc como se fossem personagens de gibi: "Até quando, filha, você vai aguentar essa toada?". Hoje, curiosamente, o sotaque parece ser de Botucatu.

Poderia ser a cidade escolhida. Ainda mais esta semana, que faz aniversário e completa 158 anos. Mesmo sendo ela a aniversariante, vou-me dar um presente: se o facebook me perguntar de novo  por estes dias onde afinal eu moro, responderei em alto e bom teclar: em Botucatu.

E só tem vantagens. Os bons ares, logo de cara. Mas mais ainda as nuvens, que não encontram congêneres em lugar algum do planeta. O céu noturno, pelo menos este aqui da casa onde vivo, sem luzes nem barulho nem quase pessoas em volta. Gosto da impressão de "vou crescer mas quero ficar pequena" que a cidade me transmite. Habituei-me com as suas ruas, nunca vivi tanto tempo em nenhuma outra cidade. Criei raízes, parece. Aéreas, pode até ser, mas ainda assim raízes. Ou âncoras. Ou essa sensação que às vezes me desconcerta de ser acolhida e consolidada naquilo que quero ser em mim mesma. Em Botucatu e em qualquer cidade. É bom, no mínimo, voltar para cá de tempos em tempos, reencontrar-me espelhada aqui e ali, neste e naquele olhar, como uma garantia de ter, sim, um lugar próprio.

Parabéns, Botucatu!